Mais de 50 especialistas de sete países asiáticos reuniram-se na histórica cidade de Cheongju, República da Coreia, para um fórum internacional intitulado Encontro Internacional sobre Arquivos e Memória para a Reconciliação de Conflitos e Construção da Paz no Sudeste Asiático.(photo/©mediaVMAP)
Cheongju, 27 – 28 de maio 2025 – Timor-Leste participou deste prestigiado fórum através da presença do Sr. Manuel Pereira, representando o Vice-Ministro para Assuntos Parlamentares, Sua Excelência Adérito Hugo da Costa. Em seu discurso, o Sr. Pereira expressou a gratidão e o apreço do Governo de Timor-Leste pela organização desta plataforma internacional, que permitiu intercâmbios transnacionais de experiências e aprendizado nos esforços para a reconciliação e a construção da paz.
“O nosso país é a prova viva de que a reconciliação é um processo longo que exige o reconhecimento de feridas passadas, a coragem de perdoar e um compromisso partilhado para quebrar o ciclo da violência”, afirmou o Sr. Pereira em suas observações.
Durante o evento de dois dias, os participantes se envolveram em discussões aprofundadas sobre o papel dos arquivos e registos históricos na promoção da coesão social e da reconciliação, especialmente em países que experimentaram conflitos severos como Timor-Leste, Camboja e Coreia. Especialistas apresentaram estudos de caso sobre como os arquivos foram utilizados como ferramentas para a cura coletiva – através da educação pública, pesquisa histórica e preservação de documentos essenciais.
O Sr. Choi Yoon-Myung, Secretário-Geral do ICDH, enfatizou que a preservação do património documental é a base para uma paz sustentável. “Este encontro é um momento de reflexão sobre a história sombria da Ásia e um apelo para construir um futuro pacífico através da memória partilhada”, disse ele.
O evento também contou com sessões especiais sobre práticas de arquivo, gestão de riscos, cooperação internacional e estratégias para nomear documentos para o programa Memória do Mundo da UNESCO. Essas sessões promoveram redes profissionais transnacionais que se espera que cresçam através de pesquisa colaborativa e futuras conferências planeadas pelo ICDH.
A cerimónia de abertura contou com a presença de cerca de 80 participantes, incluindo oficiais de arquivos nacionais de países do Sudeste Asiático, como Timor-Leste, Indonésia, Filipinas e Camboja. Também estiveram presentes o Prefeito de Cheongju, Sua Excelência Beomseok Lee, e representantes do Museu da Impressão Antiga de Cheongju, que reafirmaram o compromisso da cidade em preservar a história e promover o diálogo pela paz.
Em suas observações finais, o Sr. Pereira – novamente representando o Honrável Vice-Ministro para Assuntos Parlamentares, Sr. Adérito Hugo da Costa – expressou profundo respeito a todos os organizadores, particularmente ao Sr. Cho Yoon-Myung e à equipa do ICDH, pela sua excecional hospitalidade e coordenação. Ele também estendeu um agradecimento sincero ao Prefeito Lee pela calorosa receção estendida pela cidade de Cheongju, que ele descreveu como uma bela mistura de modernidade e património cultural.
Ele acrescentou que durante o seminário de dois dias, os participantes obtiveram novos conhecimentos a partir das histórias de resiliência de nações como Timor-Leste, Coreia e Camboja. A curta visita ao Museu Jikji e as apresentações do Jeju 4.3, da Korean Democracy Foundation (KDF), do Museu do Tsunami de Aceh e do Museu da Guerra, Mulheres e Direitos Humanos serviram como lembretes do papel vital da memória como um espaço para aprendizagem e cura.
“Deixamos Cheongju não apenas com o coração cheio e amizades mais fortes, mas também com uma determinação renovada para continuar a trabalhar juntos pela reconciliação, paz e memória partilhada nesta região”, concluiu o Sr. Pereira.
Além do Governo, a equipa de Timor-Leste participou plenamente através do Centro Nacional Chega!, da AMRT e dos Arquivos Nacionais.
Este evento foi possível com o total apoio da KOICA e da UNESCO. O encontro em Cheongju demonstrou que os arquivos não são apenas pilhas de documentos, mas pontes entre gerações que nos ajudam a compreender o passado, reconstruir narrativas inclusivas e caminhar em direção a um futuro pacífico.